segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Jeri...

Desarrumando a mala eu ainda sinto o cheirinho de praia vindo da bermuda e do sunga molhados no saco plástico. A areia ainda é presente na carteira, nos tênis, na alma... remeto-me logo àquela cidade, àquele momento... às sensações. Recomponho minha memória...

No dia da viagem a espectativa. E encontramo-nos todos na casa do João (Nelori), e depois rodoviária. Até a espera do ônibus era motivo de risadas... e ele chega. Muitos gringos, 2 andares, instrumentos e malas e 10:30 da manhã... embarcando para seis horas de estrada, rumo a uma das melhores viagens que eu nem esperava ter.

Depois de vários "dorme/acorda", chegamos a Jijoca... descemos do ônibus... e mais 1 hora de um meio de transporte chamado "Jardineira", entre as dunas, até Jeri.

O caminho, entre as dunas... inenarrável... lindo... a Jardineira passando por entre as piscinas naturais da seca da maré...

Chegamos, depois de 1 hora de dunas, a Jeri.

Descarregando instrumentos do carro, colocando as malas na areia, o cansaso já querendo deixar seus sinais sobre Os Pulsantes, eu vejo ali... serena... e que encanta... e que me olhava com olhos d'água, que me penetravam a alma como setas de felicidade... e que transformou o rumo da viagem, ja tão esperada, em um local onde eu não iria querer sair nunca mais. Era uma surpresa... uma das surpresas mais lindas, e bem-vindas desses medíocres/tórridos/alegres/felizes/tristes/e confusos 21 anos de idade. Ela ali... e estava realmente ali...

Depois de um olhar congelante, desço da Jerdineira, para cair nos braços de uma flor. Abraço sincero, beijo sincero... carinho sincero...

Despeço-me... passar o som, comer e tomar banho... mais tarde encontraria-me novamente com a felicidade que me tomara... ali... de surpresa.

Agora o show precisava de um rumo... e estávamos nos concentrando nisso... e depois de banhos, e um visual brega/chique/arrasa-pepeta, estávamos tocando... Antes encontrei-me outra vez com a felicidade... entreguei-lhe a máquina fotográfica... e agora... o show... mas antes um beijinho... e agora sim, o show.

E foi um show divertido... com erros, com acertos... com vida... Os trajes, o clima, tudo... um show bom de se tocar.

Depois de tocar, a serenidade da gota serena... Miúcha tocando... muito carinho... muito carinho... olhadinha nas fotos... carinho... sentado na calçada... até o sono pesar tanto que as toneladas desabam nas pálpebras... beijinho de despedidada... até amanhã...

No outro dia, os pesseios na praia... fotos na dunas... banhos de mar... conhecendo a cidade, que se limita a seis ruas, mas uma mais linda que a outra... e o sol à pino, marcando o nosso rosto e as nossas costas... e nossa memória... viagem inesquecível.

Na segunda e última noite, no sabado, pra ser mais exato, a festa começa meio sem brilho... preocupações com a família... uma possível cirurgia do irmão mais novo... gota serena não aparece...

E a festa continua, agora com ritmo latino, e com a ligação trazendo a notícia que não iria mais haver uma cirurgia, me animo mais... e até arrisco uma dança... mas nada dela...
Porém... João avista... e me avisa... conversamos... conturbado... mas conversamos...
Depois de um tempo, ela vem... e vem amorosa, amante... e o brilho do luar torna-se intenso.

Pousada escura... pouca fala... muita atmosfera...

Retorno à noite... ela... deixá-la em casa... e eu... eu? Acho que perdi a carteira! Não... não... na bagunça do meu coração... a carteira ficou na mala...

E depois, dormir... pra acordar no outro dia, em cima da hora de comer, e ir pegar a Jardineira de volta para o ônibus, e de volta para Fortaleza. Mas agora, no retorno da Jardineira, vinha-me acompanhado pela flor.

E no ônibus de volta... mais troca de carinho, segurança, chacotinhas bobas, e mutualidade de afagos.

Enfim Fortaleza...

E a saudade que me deixa pensando numa próxima vez, e a saudade da cidade linda que é Jericoacoara, e a saudade de tocar e estar com parceiros tão gente boa, e conhecer mais ainda esses caras e se apaixonar mais ainda pelo reforço de uma amizade...

E a saudade que veio comigo pra Fortaleza... que me deixa louco pra encontrar outra vez uma pessoinha que me deixou/deixa tão feliz... um(a) queijinho(a) com sabor inigualável... com gostinho de carinho, e cheirinho de saudade...

Saudades tuas, Jeri... saudade do que é, do que foi... saudades do que vivi aí.

3 comentários:

Freddy Costa disse...

A impressão de se dá é a de que todo recomeço tem feição de adolescência. A euforia de um recomeçar faz a gente sentir a juventude de nossos corações...
Abigu, eu tô com uma invejazinha pein budita!!! Hehehe
Abraço, meu fi...

João Victor disse...

Lindo Feel, bacana demais cara.
Eu vivi essa história com você através do texto, muito bom!


“Pousada escura... pouca fala... muita atmosfera...”
Pra cima de mesmo, não! Rsrsrsrsrsrsrs... EITCHA LASQUEIRA!

Estou sempre contigo, beijos!

Andre disse...

Eitah tátá........

acho que tem alguem axaponado.....huahuahuahuahua.....


Achei sexy essa parte:

"eu ainda sinto o cheirinho de praia vindo da bermuda e do sunga molhados..."

ai, ai, ai, ui, ui